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A Covid-19 entre adolescentes no Pará

Publicado: Quarta, 23 de Junho de 2021, 22h56 | Última atualização em Quarta, 23 de Junho de 2021, 22h59

É possível ter um panorama epidemiológico no estado?

 

23/06/2021

 

Ana Cristina Viana Campos

Coordenadora LOVES/Unifesspa

 

A adolescência é o estágio de transição da infância para a idade adulta. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a adolescência é dividida em três etapas: dos 10 aos 14 anos (pré-adolescência), dos 15 aos 19 anos completos (adolescência) e dos 15 aos 24 anos (Juventude). No Brasil, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) considera a adolescência, a faixa etária dos 12 até os 18 anos de idade completos, sendo referência, desde 1990, para criação de leis e programas que asseguram os direitos desta população.

Nesta semana, o Laboratório e Observatório de Vigilância & Epidemiologia Social – LOVES/Unifesspa analisou os dados da Covid-19 no Pará até hoje, dia 23, quando o estado registrou 547.228 casos e 15.323 óbitos acumulados. Os dados foram extraídos no site mantido pela SESPA para atualização diária. Entre 10 e 19 anos foram confirmados 37.078 casos de Covid-19, o que representa 6,77% do total de casos no estado. A maioria era do sexo feminino (57%), cor de pele parda (59%) e 24% sem informação de raça/cor de pele.

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Em todas as categorias para raça, a maioria dos casos foram registrados entre 17 e 19 anos de idade, o que corresponde a 31% do total de casos entre adolescentes. Chama atenção que entre os indígenas o maior número de casos foi registrado aos 12 anos (167). Outro detalhe importante é que entre indígenas o percentual de casos de Covid-19 modificou entre 9 e 10% em todas as idades, ou seja, a distribuição de casos é igual entre todas as idades entre 10 e 19 anos.

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A letalidade nesta faixa etária é menor (0,02%) e representa 0,38% dos óbitos por covid-19 confirmados no estado. Isso já esperado devido a menor prevalência de doenças de risco e fatores complicadores, quando comparado a outras faixas etárias, especialmente aos idosos.

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Comparando-se o número de óbitos por sexo e idade, observou-se que não houve registro de morte entre meninos de 10 anos, e que a letalidade é maior entre os homens em todas as idades, com exceção de 11 e 12 anos. A diferença entre os sexos foi de 1 morte entre mulheres para 3 mortes entre homens nas idades de 14, 16 e 17 anos.

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Ademais é importante considerar outros fatores importantes como apontam Oliveira et al. (2020) que realizaram uma scoping review para identificar o impacto ou os efeitos da pandemia da COVID-19 na saúde do adolescente. Os principais efeitos relatados da literatura foram: 1) presença de doenças respiratórias, como a asma; 2) problemas de saúde mental dos adolescentes relacionados à doença e às medidas sanitárias adotadas para controlar a contaminação e; 3) violências ou comportamentos agressivos no contexto doméstico.

Enquanto, a vacinação avança lentamente no país e no estado, ao mesmo tempo em que as mídias e televisão tem relatado comportamentos de risco de contaminação entre jovens e adolescentes, o LOVES alerta para o aumento do número de casos nesta faixa etária ainda que em menor proporção se comparado a adultos na faixa etária economicamente ativa.

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