A Covid-19 em Marabá: as notícias não são boas
17/05/2021
Ana Cristina Viana Campos
Coordenadora LOVES/Unifesspa
Até o dia 16 de maio, em Marabá, são 16.021 casos e 379 mortes por Covid-19 segundo os dados da SESPA. Por outro lado, se acordo com a prefeitura municipalsão 17.924 casos e 384 mortes. Isso significa dizer que os dados oficiais do estado têm um déficit de quase 2000 casos (11%) e 5 (1%) mortes em relação aos dados municipais. Esse tipo de situação tem se repetido sistemática e constantemente em muitos municípios do estado, e interfere na capacidade dos modelos preditivos.
A média móvel do número de obtidos em Marabá diminuiu consideravelmente em relação a mesma época em 2020 como mostra o gráfico abaixo (Figura 1), indicando que há tendência linear de estabilização para os próximos meses.
Figura 1. Média do numero de mortes por Covid-19 em Marabá
Fonte: Painel IETU/Unifesspa COVID-19/ORSSEPA
Entretanto, quando comparado a taxa de mortalidade da Covid-19 por 100 mil habitantes entre os municípios da região, observa-se que Marabá ocupa a 3ª posição em maior taxa de mortalidade (Figura 2).
Figura 2. Taxa de mortalidade da Covid-19 por município do Sul/Sudeste do Pará
Fonte: Painel IETU/Unifesspa COVID-19/ORSSEPA
A partir dos 30 anos de idade, a letalidade é maior entre homens. Quando comparado as mulheres da mesma idade, o número de mortes por Covid-19 é 1,8 vezes maior entre os homens de 40 a 49 anos e 1,75% vezes entre os homens com 80 anos e mais, ou seja, nessas faixas etárias a chance de um homem morrer é duas vezes maior do que uma mulher (Figura 3).
Figura 3. Distribuição dos óbitos por Covid-19 em Marabá por sexo e faixa etária
Até o momento, de acordo com os dados do “vacinômetro” da Sespa, 26.448 habitantes de Marabá receberam a primeira dose da vacina e 6.691 receberam a 2ª dose da vacina. Considerando os dados do IBGE, a população estimada em 2020 era 283.542 habitantes no município. Isso indica que aproximadamente 9% da população recebeu a 1ª dose e apenas 2% a tomou segunda dose. Consequentemente, neste mesmo ritmo o município demoraria aproximadamente 4 anos e meio para se vacinar toda a população.
Sabendo-se que a testagem já não ocorre na mesma intensidade como no início da pandemia, e que a parte da população não segue as medidas de prevenção recomendas pela Organização Mundial de Saúde, o LOVES deixa o alerta para que a importância de cada cidadão no enfrentamento dessa pandemia que está longe de se findar.
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