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COVID-19 no Pará para os casos não informados

Publicado: Sexta, 16 de Julho de 2021, 18h37 | Última atualização em Sexta, 16 de Julho de 2021, 18h37

Uma análise descritiva sobre raça desenvolvida na disciplina de Bioestatística I

 

16/07/2021

Ana Cristina Viana Campos

Coordenadora do LOVES/Unifesspa

 

O Laboratório e Observatório de Vigilância & Epidemiologia Social – LOVES analisou os dados da Covid-19 no Pará até ontem, dia 15, quando o estado alcançou 565.366 casos e 15.798 óbitos acumulados. Os dados foram extraídos no site mantido pela SESPA para atualização diária. Foram mais 91 novos casos e 09 óbitos cadastrados hoje e que ocorreram nos últimos sete dias. Em relação à subnotificação das prefeituras, confirmamos mais 700 casos e 14 óbitos ocorridos em dias anteriores.

Dentre o total de casos, 159.420 (28,2%) não tinham informação sobre raça/cor da pele, o e que inviabiliza uma análise mais especifica em relação a esta questão importante que em impacto social no enfrentamento da pandemia.

A figura abaixo mostra os 10 municípios com maior número de casos sem informação de raça/cor de pele, sendo que Parauapebas (20,6%) e Belém (20,4%) somam quase metade destes casos.

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Em relação ao sexo, tem-se exatamente metade dos casos entre homens (80.200 casos) e entre mulheres (79.220 casos). Em relação à idade, a maioria dos casos se concentra entre 20 e 49 anos (62%), com o pico de mais casos entre 30 a 39 anos, com perfil semelhante aos dados gerais do estado.

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Mais de cinco mil profissionais de saúde foram confirmados como casos de Covid-19 e não tem registro de raça/cor de pele, o que equivale a 4%. Esta informação é importante que alerta para a necessidade de maior proteção a esses profissionais. Os profissionais de saúde constituem um grupo de risco para a Covid-19 por estarem expostos diretamente aos pacientes infectados, o que faz com que recebam uma alta carga viral (milhões de partículas de vírus). Além disso, estão submetidos a enorme estresse ao atender esses pacientes, muitos em situação grave, em condições de trabalho, frequentemente, inadequadas (TEIXEIRA[2] et al., 2020, p. 3466).

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Em relação ao número de óbitos, 3.622 (0,64% do total de casos) mortes sem identificação de raça/cor de pele. Sabendo-se que a letalidade é a medida utilizada para avaliação da gravidade de uma doença bem como para o planejamento de futuras ações a médio e longo prazo.

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Considerando-se a grande quantidade de casos sem a informação de raça/cor da pele, é necessário um olhar mais atento para a ausência destas informações que efetivamente tem prejudicado a tomada de decisão de gestores e secretarias, bem como a melhor informação à população.

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