A Covid-19 no Pará no mês de março
Em uma semana registrou-se mais 14 mil casos e 490 mortes no estado
01/04/2021
Ana Cristina Viana Campos
Coordenadora LOVES/Unifesspa
O LOVES publicou uma matéria na semana anterior, quando o Pará registrou 406.050 casos e 10.011 mortes por complicações da Covid-19 em um ano de pandemia. Ao final do mês, dia 31, o Pará alcançou o acumulado de 420.372 casos e 10.501 mortes. Apesar da letalidade ter se mantido a mesma (2,5%), observamos aumento de 4% no número de casos e de 5% no número de mortes.
Esses dados indicam que a velocidade de infecção aumentou em pouco espaço de tempo, bem como a fatalidade da doença, com tendência de crescimento exponencial se não houver intervenção. Na figura abaixo, observa-se que há proporcionalidade de aumento do número de casos fatais (laranja) e não fatais (azul) em relação ao total de casos (cinza).
Na análise de gênero e idade, observamos a manutenção da distribuição na pirâmide populacional do total de casos (gráfico da direita) e dos casos não fatais (gráfico da esquerda), com aumento proporcionalmente entre 1 e 40 anos e em relação decrescente a partir dos 41 anos. Isso indica que para ambos os sexos o número de casos é maior quanto maior a idade até 40 anos, e cada vez menor depois dos 41 anos de idade. A única exceção é 0 anos com 5.278 casos, em que o percentual de casos é alto para ambos os sexos, 1,3% entre homens e 1,2% entre mulheres.
Comparando-se homens e mulheres, o percentual de casos é maior no sexo feminino em todas as idades, com diferenças entre 4% (jovens) e 400% (idosos).
Analisando os óbitos, a situação se inverte, e o percentual de obitos é maior entre os homens em todas as faixas etárias, com exceção entre 0 a 9 anos. Portanto, a situação se mantem grave em relação à letalidade, pois ainda que haja concentração de casos no sexo feminino entre adultas jovens, a letalidade é maior entre os homens especialmente acima dos 50 anos de idade. Finalmente, analisando as médias de idade entre os sexos separadamente entre casos fatais e não fatais, observou-se que as medias de idade entre casos não fatais são iguais entre os sexos (39,0±17,0). Houve diferenças estaticamente significativas apenas para as médias de idade para os sexos apenas entre os óbitos (p=0,000).
Portanto, o Laboratório e Observatório de Vigilância & Epidemiologia Social – LOVES reconhece que as medidas restritivas adotadas nesta semana só serão efetivas se houver cumprimento responsável e consciente por parte da população. Porém, o aumento de 14 mil casos em apenas 7 dias é preocupante e pode indicar que o tempo de lockdown deve ser prolongado por pelo menos mais uma semana, afim de produzir os efeitos desejados na redução da circulação do vírus e na taxa de ocupação de leitos.
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